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Professora é encontrada abraçada à cachorrinha em lama de Brumadinho

Ela já teria conseguido se salvar, pois já estava dentro de uma caminhonete para fugir da lama, mas decidiu voltar para pegar sua cachorrinha, e não conseguiu mais sair da avalanche de lama.

Desde a sexta-feira (25/1), quando a Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), muitas são as histórias, de dor, tristeza e agora saudade.

Até está quarta-feira (7), 150 corpos já foram tirados, da lama, 134 foram identificados, e 182 seguem desaparecidos.

Entre os corpos identificados, está a professora, advogada, e Secretária do Desenvolvimento Social de Brumadinho, Sirlei Brito Ribeiro, que era uma mulher que amava os animais.

“Além de trabalhar pelas pessoas, ela amava os animais. Em casa tínhamos araras, cães, marrecos, pavões… um bezerro. Todos ficavam soltos. Para ela, eram como filhos”, lembra o engenheiro geólogo Edson Albanez, marido da professora.

O Corpo de Bombeiros acredita que pela forma como o local estava Sirlei já estava dentro da caminhonete, quando resolveu voltar para resgatar a cachorrinha Bibi, uma Lhasa Apso de nove anos.

A posição em que a chave do carro estava indica que ele foi deixado ligado. Não houve tempo. O corpo de Sirlei foi encontrado, em meio à lama, abraçada à cachorrinha. Os demais animais da família conseguiram fugir, inclusive a outra cadela, Lisbela, uma rottweiler de dois anos.

Eles estão em abrigos, montados em Brumadinho, especialmente para acolher animais afetados pela tragédia.

Sirlei estava em casa com o jardineiro, e a empregada doméstica, o homem conta que quando ouviram o estrondo, ele começou a correr e gritar para elas correrem também, segundo ele a empregada saiu e também chamou Sirlei que não foi, depois não foi mais vista, até que seu corpo foi encontrado, e seu carro ficou ligado.

O marido, Edson, havia saído para uma reunião de trabalho em Belo Horizonte. Ele convidou a esposa, já que ela estava de férias, mas Sirlei decidiu ficar. “Parece que fui rejeitado por Deus. Saí às 11h para uma reunião às 12h. Reuniões são comuns às 10h, em outros horários, mas na hora do almoço, não. Eu fui tirado de lá. Sinto como se Ele tivesse dito pra mim ‘você ainda tem que ficar aí, tem muito a fazer. Ela já está com o exercício de vida resolvido’”, afirma ao BHAZ.

“E eu acredito nisso pela pessoa especial, generosa que ela sempre foi. É uma solidão imensa, uma dor profunda por ficar sem ela. Mas eu agradeço pela oportunidade de amá-la”.

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