Com intenção de oferecer o melhor para os filhos, os pais estão trabalhando muito, cada vez saindo mais cedo e chegando mais tarde em casa. Se por um lado é muito importante cuidar das finanças e garantir melhores condições de vida aos filhos, por outro, toda essa correria torna inevitável um pouco de afastamento pelas muitas horas dedicadas ao trabalho.
O desabafo de um pai que perdeu o filho de 8 anos é muito triste, ele publicou no LinkedIn toda a tristeza que sente por não estar em casa no último dia de vida do menino Wiley, ele se coloca como uma pessoa viciada em trabalho. Leia o desabafo de J.R Storment;
“Oito anos atrás, no mesmo mês que meus bebês gêmeos nasceram eu fundei a Cloudability. Três meses atrás a Cloudability foi vendida e três semanas atrás eu perdi um dos meus meninos.
Quando eu recebi a ligação sobre a morte do meu filho, eu estava no escritório em uma reunião com 12 pessoas. Minutos antes eu havia admitido para um grupo de pessoas que eu nunca tinha tirado mais do que uma semana seguida de férias ao longo desses oito anos em que criei a empresa.
Minha esposa e eu temos um acordo que quando um de nós liga, o outro precisa atender, porque certamente será importante. Então, quando o telefone tocou, eu parei o que estava fazendo, sai da sala de reunião e atendi o telefone.
Eu ainda estava saindo da sala de reunião quando eu atendi a ligação dizendo: ‘Oi, tudo bem?’.
E ela respondeu imediatamente: ‘J.R, Wiley está morto’.
‘O quê?’, eu perguntei incrédulo.
‘O que? Não! NÃO!’, eu gritei.
‘Me desculpe, eu preciso ligar para a ambulância’, minha esposa respondeu.
Esta foi toda a nossa conversa. Logo depois eu saí do escritório, comecei a correr, no meio do caminho do estacionamento eu percebi que estava sem as chaves do carro. Eu fiquei desesperado e só gritava: ‘alguém me leva pra casa! Alguém me leva pra casa’. Felizmente, um colega me levou.
Horas antes, o Wiley acabou dormindo mais do que o normal. Minha esposa achou que ele só estava enrolando na cama, ele adorava dormir. Eventualmente, ela foi checá-lo na cama e o encontrou já sem vida. Ele morreu de uma complicação rara de sua epilepsia chamada Morte Súbita da Epilepsia. Os médicos depois estimaram que ele já havia morrido há cerca de 8 a 10 horas desde o horário em que a minha esposa o achou.
Quando eu cheguei em casa, após doze minutos, havia diversos veículos da polícia e ambulância lá. Quando uma criança morre de repente, os polícias tratam o local como uma potencial cena de crime.
Demoraram duas horas doloridas após eu conseguir ver meu filho. Quando eu vi meu filho, parecia que ele estava dormindo tranquilamente. Eu não aguentei. E quando finalmente pude tocá-lo, eu só conseguia fazer carinho em sua mão e dizer: ‘O que aconteceu meu amigão? O que aconteceu?’.
Ficamos meia hora com ele até que vieram levá-lo embora. Eu segurei sua mão até ele entrar no carro da funerária.
Muitas pessoas me perguntam o que poderiam fazer para nos ajudar. Apenas abrace seus filhos, não trabalhe até tarde. Muitas das coisas que você perde tempo fazendo vai acabar se arrependendo se não puder mais ficar com seu filho. Se tem alguma lição que podemos aprender disso é para se lembrar (e para eu me lembrar) para não perder as coisas que realmente importam”.