As dietas veganas, similarmente às vegetarianas, estão ganhando cada vez mais popularidade e apresentam inúmeros benefícios para a saúde.
Entre esses benefícios estão a redução dos níveis de glicose e colesterol. Contudo, é importante mencionar uma desvantagem: a carência de vitamina B12, que é de cerca de 0,5 microgramas diários.
De acordo com o European Journal of Nutrition. Esse valor está significativamente abaixo da recomendação de 2,4 microgramas.
Vitamina essencial
A vitamina B12, também conhecida como cobalamina, desempenha um papel crucial na síntese de DNA e RNA, na formação de células sanguíneas e neurônios, e na manutenção da bainha de mielina, que é fundamental para a transmissão de impulsos elétricos entre os neurônios.
Essa vitamina essencial é encontrada naturalmente em produtos de origem animal, como carne, ovos e, em menor quantidade, laticínios.
No entanto, ela não está presente em alimentos de origem vegetal. Isso significa que pessoas que seguem dietas veganas podem inadvertidamente estar enfrentando deficiência dessa vitamina crucial para o funcionamento adequado do sistema nervoso e cardiovascular, bem como para a saúde mental e física.
Recentemente, pesquisadores têm investigado a possibilidade de as algas desempenharem um papel importante na abordagem dessa deficiência nutricional.
As algas, especialmente a chlorella, têm sido identificadas como uma fonte promissora de vitamina B12, com uma forma mais biodisponível em comparação com outros tipos de algas.
Alison Smith, autor do estudo, que também é chefe do grupo de metabolismo vegetal de Cambridge fez um alerta: “é preciso ter cuidado com o tipo de alga que você come”.
Smith ainda disse: “Os suplementos de chlorella têm o tipo correto de B12, conhecido como cobalamina”, e “enquanto a spirulina só tem o que é chamado de pseudocobalamina. Em outras palavras, não é a mesma coisa. Não tem aquela que os humanos podem usar”
A pesquisa mostrou que as algas não produzem B12 por si mesmas, mas obtêm essa vitamina de bactérias presentes em seu ambiente.
É importante, porém, ter cautela ao escolher o tipo de alga a ser consumido. A chlorella é considerada uma fonte confiável de B12, ao contrário da spirulina, que é às vezes promovida como fonte, mas contém pseudocobalamina, uma forma que os humanos não conseguem absorver eficientemente.
Nori, uma alga frequentemente usada no sushi, também é conhecida por conter B12, mas a quantidade varia consideravelmente, tornando incerto se seu consumo pode suprir as necessidades diárias dessa vitamina.
Embora as algas possam representar uma opção para aumentar a ingestão de B12, especialistas recomendam que as pessoas conversem com seus médicos antes de tomar decisões.
Além do consumo de algas, existem alternativas como suplementos e alimentos enriquecidos com vitamina B12.
No entanto, é importante escolher os suplementos corretos, pois há diferentes formas da vitamina, e nem todos são eficazes para a absorção pelo organismo humano.
Com base nessas descobertas, a meta é aprimorar a oferta de suplementos de algas eficazes, a fim de abordar a questão da deficiência de B12.
A carência dessa vitamina é um problema sério em muitos países, inclusive no Brasil, onde dados revelam inadequação nos níveis de consumo, especialmente entre adultos e crianças.
Portanto, a pesquisa sobre as algas oferece uma esperança promissora para enfrentar esse desafio nutricional.