Emissora é condenada a pagar indenização para psicólogos associados ao caso “cura gay”.
A Rede Globo foi condenada a pagar indenizações no valor total de R$ 170 mil para psicólogos associados ao polêmico caso da “cura gay”, que repercutiu muito no Brasil em setembro de 2017 devido a uma polêmica jurídica.
Na época, foi ao ar uma matéria no “Jornal Nacional” falando sobre uma decisão da Justiça que abria a possibilidade da homossexualidade ser tratada como doença.
Na ocasião um grupo de psicólogos que defendia o uso de terapias de reversão sexual, a chamada “cura gay”, abriu o processo contra a empresa.
A matéria foi feita pela jornalista Zileide Silva e reexibida em outros jornais da casa. Na ação, estes psicólogos alegaram que tiveram suas imagens associadas ao charlatanismo.
Esses profissionais então pediram que a emissora se retratasse em rede nacional, durante a apresentação do “Jornal Nacional”, e uma indenização de danos morais.
Os psicólogos afirmaram que não defende a reversão sexual, tampouco tratam a homossexualidade como doença, e sim que existia a defesa do “egodistônicos”, que é quando a atração por uma pessoa do mesmo sexo não tem sintonia interna.
Entretanto o juiz Julio Roberto dos Reis, da 25ª Vara Cível de Brasília, a emissora abusou do direito de crítica na reportagem.
“As matérias não economizaram no tom ofensivo e sub-reptício em relação capacidade técnica dos postulantes, a coloca de forma subjacente que não respeitam a liberdade sexual dos homossexuais, o que não corresponde ao conteúdo da ação popular”, afirmou o magistrado na sentença.
A emissora então foi sentenciada a pagar R$ 10 mil para cada um dos 14 psicólogos que fazem parte do grupo, além de outros R$ 30 mil para a psicóloga autora da ação popular que causou a condenação nesta semana. No entanto, o pedido de retratação foi negado pelo magistrado.
A emissora Globo ainda poderá recorrer da decisão.