Cada pessoa tem um jeito diferente de expressar suas faltas e frustrações, e algumas delas precisam se afirmar todo o tempo, mas esses exageros escondem grandes vazios
Pessoas inteiras não precisam da aprovação ou aceitação de ninguém. Isso não quer dizer que alguém que esteja emocionalmente equilibrado, não possa gostar de ser admirado, pelo contrário, se sentir valorizado é muito positivo e proveitoso, mas quando a pessoa sente a necessidade de exibir características de forma demasiada, é sinal de algo não está bem.
Somos seres em constante evolução, desde o nascimento, instintivamente começamos a busca pelo desenvolvimento, primeiro pessoal, já que precisamos aprender do zero, como andar, como falar, e até mesmo como comer. E assim vamos formando nossa personalidade, e muitas das situações que vivenciamos deixarão marcas que nos acompanharão pelo resto de nossas vidas.
Mas infelizmente, na grande maioria das vezes não temos a menor consciência disso. As experiências negativas da infância, podem ser os grandes abismos internos da vida de adulto. E a maneira como iremos lidar com elas, depende muito do quanto entendemos os nossos sentimentos, e nossos medos.
Muitas pessoas expressam esses medos e carências tentando se auto-afirmar o tempo todo. Usando de um exibicionismo exagerado e muitas vezes nocivo a própria pessoa e aos que a rodeiam.
Várias são as formas de manifestar os exageros.
Pessoas que buscam desesperadamente um amor, trocando de parceiros com uma frequência quase que doentia, podem estar demonstrando uma enorme falta de afeto na infância, que faz com que elas procurem por um amor que nunca vão encontrar em ninguém. Pode representar uma carência afetiva ligada aos pais, ou aos laços familiares. Entretanto, ninguém lhes parecerá suficiente, pois o que elas buscam inconscientemente não poderá ser recuperado dessa forma.
Outros, têm uma necessidade de ostentar bens materiais, só se sentindo felizes quando possuem mais do que os outros, isso demonstra que a pessoa intimamente sente falta de valores amorosos.
Já aqueles que estão sempre exibindo seus talentos e habilidades intelectuais e seu nível de inteligência aguçada, no fundo desejam subjugar o outro, e isso pode ser um meio de se sentir compensado por ter sido também subjugado no passado, o que o faz replicar o ato com outra pessoa.
Existem também aqueles que apresentam um excesso de sociabilidade, sempre tentando serem aceitos e bem quistos, esses geralmente fazem isso, pois no fundo, não se aceitam em algum aspecto, precisando assim da admiração dos outros.
Mas todos podemos melhorar, basta admitir que precisamos refletir mais sobre a necessidade de “platéia” para os nossos atos. Essa auto analise, pode ser difícil e até dolorosa, mas é necessária.
Precisamos encarar a forma como nos relacionamos com as pessoas de quem gostamos, a forma como as tratamos, o que exibimos, o que inventamos e até mesmo o que escondemos, dos outros e de nós mesmos.
Aceitar que todos somos falhos e que por muitas vezes vamos errar, e que não tem nenhum problema nisso, pois sempre é possível começar de novo, já é uma boa maneira de equilibrar nossa relação com nosso interior.
Admitir que temos fraquezas, não diminui nossas virtudes, mas certamente nos torna mais fortes e mais capazes de lidar melhor com o mundo exterior, e principalmente com nosso mundo interior.