A mulher utilizava a água da torneira para fazer a lavagem do nariz, e foi infectada com uma bactéria rara que come o cérebro.
De acordo com publicação do International Journal of Infectious Diseases, uma senhora de 68 anos morreu depois que foi infectada por uma bactéria rara que come cérebros.
O caso ocorreu em Seattle, onde depois de procurar ajuda médica, ela recebeu um diagnóstico errado de tumor no cérebro.
Charles Cobbs, neurocirurgião chefe do Swedish Medical Center de Seattle, explicou que ficou chocado ao perceber a extensão do dano cerebral, e então retiraram tecidos cerebrais para realização de exames minuciosos.
“Quando eu operei essa senhora, uma parte de seu cérebro, do tamanho de uma bola de golfe, era uma polpa sangrenta”, disse Cobbs ao Seattle Times. “Havia essas amebas em todo lugar simplesmente comendo as células cerebrais. Nós não tínhamos a menor ideia do que estava acontecendo, mas, quando pegamos o tecido, vimos que eram amebas.”
Os laudos dos exames apontaram para uma infecção por Balamuthia mandrillaris, uma rara ameba comedora de cérebro.
Os médicos e cientistas então começaram a estudar o caso para entender de que forma ela teria sido infectada com a ameba rara.
De acordo com uma pesquisa de autoria de cientistas do Swedish Medical Center e médicos que trabalharam no caso, incluindo Cobbs, eles concluíram que possivelmente a causa da infeccção, seja devido as lavagens nasais que ela fazia.
Eles afirmam que ela usava o pote neti, um dispositivo em que se injeta água pela cavidade nasal, para aliviar a pressão do nariz, e que ela deve ter feito isso com água da torneira, ao invés de usar água fervida ou com sal como é o indicado.
A B. mandrillaris é uma ameba de vida livre, encontrada no solo e em água doce. Porém ela não é contraída apenas bebendo água contaminada. Ela precisa entrar pelo nariz para infectar, entrando em um lago, por exemplo, como foi um outra caso de pessoa infectada pela ameba.
Ela se infectou em fevereiro do ano passado e viveu pouco mais de um ano depois da infecção que se apresentou inicialmente como uma rosácea no nariz.
Depois, a mulher sofreu um derrame e fez uma tomografia computadorizada de seu cérebro, que diagnosticou um tumor cerebral, que foi um diagnóstico errado.
Somente ao realizar a cirurgia cerebral, é que os médicos puderam ter o diagnóstico correto, porém já era tarde demais para ela.
“Apesar da terapia anti-amebiana agressiva, a condição do paciente continuou a se deteriorar”, observaram os autores do artigo. “Dentro de uma semana ela estava mais sonolenta e depois ficou em coma. A repetição da tomografia computadorizada demonstrou mais hemorragia na cavidade de ressecção original. Neste momento, a família decidiu retirar o suporte de vida.”
A paciente morreu cerca de um mês depois de finalmente receber o diagnóstico correto.