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Menina de 8 anos que morreu de leucemia deixa carta para voluntaria que a visitava: ”Se eu morrer não fica triste”

‘Ela me ensinou a saber o que é ter um amor de mãe’, diz voluntária que visitava menina com leucemia

Jullia, de oito, tinha leucemia e morava em um orfanato de São Paulo e nos últimos dois anos conheceu o amor, através das visitas frequentes da voluntária Gabriella Pereira, de 23 anos.

A doença se agravou no começo deste ano, e a menina deixou uma carta para Gabriella. “Obrigada por vir me ver”.

“Ela me ensinou a saber o que é ter um amor de mãe, sem ser mãe. Em não reclamar das coisas, eu nunca vi ela reclamando de nada”, disse Gabriella ao G1.

A carta de Jullia foi escrita no dia 1° de janeiro, mas chegou até Gabriella no dia 9/01, exatamente o dia que Jullia morreu.

O texto começa no dia 27 de janeiro, não por acaso. “É o dia do meu aniversário. A Jullia queria me entregar nesse dia”, lembra Gabriella.

 “Quero te pedir obrigado por me conhecer, por vir me ver”, diz a carta escrita com a ajuda de uma assistente social. “Você é a minha melhor amiga e eu queria que você fosse a minha mãe, pedi para o papai do céu me fazer sarar, porque aí você ia arrumar os documentos e me adotar.”

“Tia Gabi, eu te amo, e estou pintando as bolinhas do calendário igual você disse e só faltam duas fileiras para o dia do seu aniversário, mas estou muito doente e com dor, por isso, se eu for morar com o papai do céu, não fica triste, porque eu te amo e só você é a minha melhor amiga”, assinou Jullia no final da carta.

Gabriella contou que fazia várias ações de voluntariado, com moradores de rua e crianças carentes, mas quando conheceu Jullia passou a se dedicar exclusivamente a ela.

“Quando conheci a Jullia parei com os projetos e só me dedicava a ela”, afirmou.

 “Dia das Crianças, aniversário, Natal, entre outras datas, sempre tive comigo que precisava dar uma passadinha pra ver a magrelinha, porque as outras crianças tinham alguém que visitava e ela tinha apenas eu, sua irmã foi adotada quando tinha meses, mais a Júlia estava com 8 e tinha leucemia e lutava pela cura todos os dias”, relatou Gabriella em um post que viralizou nas redes sociais.

“Tenho comigo que fiz tudo que pude, todos os pedidos que fez em vida foram realizados e não me arrependo de nenhum deles.”. completou Gabriella.

Ao G1, Gabriella contou que pensava sim em adotar Jullia.

“Eu sempre tive vontade da adoção desde que conheci ela. Como sou nova é uma decisão muito difícil, não sou casada. Não tenho casa própria, é muito difícil. Não cheguei a dar entrada na papelada.”

Nos próximos anos não vou mais trabalhar com isso. Não tenho mais estrutura. Vou seguir minha carreira.”


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