Descoberta em Jerusalém Confirma Detalhes de Narrativas Bíblicas
Em uma revelação importante, arqueólogos descobriram em Jerusalém uma extensa estrutura rochosa que corrobora relatos de dois livros da Bíblia. A descoberta, anunciada no final de julho, é resultado de uma colaboração entre a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) e a Universidade de Tel Aviv.
O achado é um antigo fosso de defesa, erguido há mais de três mil anos na Cidade de Davi — uma área histórica da Jerusalém antiga, datada das Idades do Bronze e do Ferro. Este sítio é uma das áreas urbanas mais antigas conhecidas e um popular ponto turístico da cidade.
O fosso encontrado apresenta paredões com até nove metros de altura, 30 metros de largura e pelo menos 70 metros de comprimento, com penhascos verticais em cada lado, tornando-o extremamente difícil de atravessar. Sua função parece ter sido a de uma trincheira de proteção para Jerusalém, que estava situada sobre um cume estreito e íngreme, cercado por montanhas e vales.
A IAA descreveu a construção do fosso como uma realização de escala “monumental,” projetada para alterar a topografia natural de Jerusalém e demonstrar a grandiosidade dos governantes da cidade para qualquer invasor.
Os estudiosos da IAA dataram a estrutura como pertencente à Idade do Bronze, o que coincide com as descrições encontradas nos Livros de Reis e no Livro de Samuel da Bíblia. Esses textos mencionam partes da Cidade de Davi como Ofel e Milo (ou Melo, conforme a tradução), e atribuem a construção ao rei Salomão.
Como é descrito em 1º Livro de Reis 11:27:
“Eis em que circunstâncias ele se revoltou contra o rei: Salomão construía Milo para fechar a brecha da cidade de Davi, seu pai.”
Os especialistas da IAA destacaram que essa descoberta oferece uma nova perspectiva sobre os termos da literatura bíblica relacionados à topografia de Jerusalém, como Ofel e Milo, revitalizando o debate sobre a antiga cidade.