Crianças sem limites, estressadas e sem tolerância, são um problema para a família e um prejuízo para elas próprias
Parece pesado falar assim de uma criança, mas acredite, apontar esses problemas e encarar de frente o fato de que a criança pode estar se tornando desagradável e sem limites, fará muito bem para todos, principalmente para a própria criança.
Todos sabemos de casos, muitas vezes na própria família, que as pessoas dizem: “gosto tanto do fulano, mas nem convido porque o fulaninho não tem limites”. E uma família inteira acaba muitas vezes excluída da vida social de amigos e parentes, porque as crianças são de difícil convivência.
E de acordo com especialistas, na grande maioria das vezes, a culpa disso é dos pais.
Amar é imprescindível, permitir que a criança aproveite todas as suas fases plenamente também. Mas ai esta o ponto, uma criança não pode ser o centro da casa.
Em muitos lares, todas as atividades da família são decididas a partir do que a criança quer, e ai já começam os problemas.
Crianças que gritam , batem, e chutam e jogam coisas longe, porque não ganharam o que querem na hora que querem.
Que jogam alimentos longe, porque não querem comer.
Que decidem onde as pessoas adultas na casa sentam, o que conversam, o que assistem na TV.
Todas essas coisas são comportamentos de crianças mal educadas.
É claro que em muitos momentos, vamos fazer o que eles querem e dar agrados, mas isso tem que ser medido com cautela e não pode ser uma regra. Deve ser justamente um reconhecimento de um bom comportamento, e isso precisa ficar claro.
Segundo a psicóloga Laurema Suckow de Castro uma geração de “crianças mimadas” está se formando por uma mudança social e até econômica.
“O pais e as mães estão muito mais ausentes, trabalhando muito. As crianças ficam muito ligadas em aparelhos tecnológicos e tendo pouco contato com a família. Isso desencadeia um comportamento social sem muitos limites”, explica.
A especialista avalia, que muitos pais querem compensar essa ausência, deixando que a criança faça tudo que quiser, mas isso prejudica o seu desenvolvimento e também o relacionamento com os pais.
A criança percebe esse sentimento de culpa dos pais, e essa tentativa de compensação e então começa a “se aproveitar” da situação.
“Uma criança mimada é uma criança que tem baixa tolerância à frustração. Não sabe ouvir um não e não consegue se comportar bem socialmente”, explica Laurema.
Isso pode ocorrer porque ela entende que não será repreendida em local público.
O que fazer?
A primeira coisa é entender que negar muitas vezes é a melhor forma de amar. Nem sempre podemos tudo o que queremos, e a criança precisa aprender isso desde cedo, assim ela aprenderá desde cedo a lidar com frustrações.
Não tentar justificar mal comportamento com problemas. A especialistas diz que muitos pais buscam diagnósticos para os filhos, que são saudáveis, porque na verdade não sabe lidar com eles.
“Há diferenças grandes entre uma criança com alguma síndrome e uma criança sem educação, sem limites. Os pais não podem confundir. Na dúvida, é importante buscar orientação”, salienta Laurema.
Dicas para momentos de birras ou manhas
Controle a situação tendo em mente que sempre deve prevalecer o que você acredita ou quer. A criança não pode determinar o que é melhor, essa função é sua.
Seja firme e não volte atrás das decisões. Mesmo que ela fique contrariada e insista, isso fará com que ela confie em você e o veja como uma referência.
Não se sinta mal por educar firmemente. Isso será positivo para o crescimento. Algumas crianças são manipuladoras e vão descobrir o “ponto fraco” dos pais, não se deixe levar.
Não compre os filhos com presentes, tentando compensar o tempo distante. Invista no tempo que tem juntos dando atenção, carinho e compreensão. Presentes são para datas especiais.
Determine tarefas de acordo com a faixa etária e estimule a virar um hábito. Elas se sentirão importantes e isso ajuda a desenvolver o senso de responsabilidade.
Todos devem cumprir os combinados.
Antes dos passeios, relembre que não devem ocorrer birras e nem insistência por comprar coisas.