Uma mãe usou a rede social para pedir que as pessoas se conscientizem de que não devem beijar os bebês de outras pessoas, depois de seu recém-nascido ter contraído herpes.
Rafaela Moreira, fez um post que viralizou na última sexta-feira (4), contando o que aconteceu com seu bebê quando ele tinha apenas 17 dias.
Gustavo foi infectado pelo vírus da herpes, por ter sido beijado por algum visitante.
A mãe contou que as bolhas apareceram da noite para o dia e que um dia antes ele chorou muito e ela pensou que fossem cólicas.
Ela diz que ao ver o filho daquele jeito levou um susto enorme e correu com ele para o hospital.
“O rosto dele estava todo infeccionado, aí eu o levei de imediato ao hospital, onde a médica contou que o herpes foi contraído pelo beijo. Ela recomendou que nessa fase a gente tem que evitar visitas”, relatou.
O post de Rafaela dizia:
“Relato verdadeiro!
atenção para esse relato é muito importante pois meu filho Gustavo foi infectado com apenas 17 dias de vida…
Ficando internado isso é muito importante ñ é frescura das mães parem de querer beija bebê que ñ é seu…
Isso mata Deus nós deu um livramento!
Acne neonatal
Herpes”, publicou a mãe.
Gustavo agora têm quatro meses e esta totalmente saudável, mas o alerta da mãe deve ser compartilhado ao máximo.
Especialistas explicam porque evitar ao máximo beijar os bebês tanto no rosto, quanto nas mãozinhas.
Kléber Luz, infectologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica que o herpes, bastante comum em adultos, traz risco para recém-nascidos porque o sistema imunológico deles ainda é muito frágil.
“O recém-nascido tem as defesas muito baixas. O herpes, no recém-nascido, tem uma característica: invade o sistema nervoso e produz encefalite [inflamação no cérebro]. Por isso que, mesmo vendo só as bolhinhas no rosto, é um indicativo de lesão cerebral. É grave”, explica Luz.
Contágio
“A transmissão é feita pelo contato — principalmente íntimo, como um beijo — da pessoa infectada com a que nunca teve herpes”, explica Kléber Luz.
Especialistas explicam quais cuidados devem ser tomados:
Em primeiro lugar, espere um tempo
O ideal é não visitar a criança assim que ela nascer — espere pelo menos um ou dois meses, inclusive para dar chance à mãe de se recuperar do parto.
“Recém-nascido não é pra ser visitado, é pra ser cuidado. Uma mãe, uma tia, uma avó, encerra aí. Hoje em dia é uma caravana pra visitar — e pega, beija, abraça”, recomenda Luz.
“A criança é muito frágil, o sistema imunológico está debilitado. Quem tem que ter contato é a mãe. Ficar em silêncio. Deixa a criança fazer um mês, dois meses, que aí pelo menos já tomou as primeiras vacinas.”
Evite segurar a criança
“Ninguém tem que pegar o bebê no colo. Ele tem que ficar na dele, quietinho, longe de todo mundo. Só quem pega é a família íntima. Tocar na mão do bebê, por exemplo, é a mesma coisa que dar um beijo na boca dele, porque ele coloca muito a mão na boca. E, se estiver doente, não vá visitar”, diz a pediatra e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Ana Escobar.
Se for pegar, lave as mãos e evite beijar o neném
“Todo bebê é um imunodeprimido — as defesas são baixíssimas”, explica Ana. Por isso tem que ser tudo esterilizado, para não contaminar. Não existe pegar num recém-nascido sem lavar as mãos e ter passado álcool em gel. Beijar bebê não se deve — só gente muito próxima, mas mesmo assim só com certeza absoluta de que não está doente. Pode pegar com roupa limpa, tendo lavado a mão”, diz a pediatra.