Mesmo sem dinheiro para comprar presente para os filhos, ela não quis ficar com o que não era seu.
Simone Aparecida da Silva Pereira, de 41 anos, é mãe de sete filhos, que vive com o auxílio-doença que recebe da Previdência – ela contou que está afastada do trabalho depois que sofreu um aneurisma e uma trombose. A renda familiar é complementada por outro salário mínimo que o marido recebe trabalhando como ajudante geral.
Na última sexta-feira (21), ela encontrou no centro da cidade de Lins (SP), uma carteira com R$ 500. Ela não pensou duas vezes e começou a procurar a dona.
Ela contou que com as despesas da casa e aluguel que a família paga R$ 500, ela não terá como presentear os filhos e nem fazer uma boa ceia de Natal, mas que isso não foi motivo para que ela quisesse ficar com o que não era seu.
“Não vou conseguir dar presente pros meus filhos neste ano, os gastos com saúde deixaram a vida muito apertada pra nossa família. Mas isso não justifica a gente ficar com algo que não é nosso, nem conseguiria dormir se eu pegasse aquele dinheiro”, explica a pensionista.
Ela disse que caminhava com os filhos no calçadão de Lins, e viu a carteira aberta no chão, também percebeu que outras pessoas já estavam de olho e que o dinheiro aparecia.
“Percebi que já tinha gente mal-intencionada olhando pra carteira e corri pra pegar. E daí já pedi pro meu filho chamar a Polícia Militar, que estava passando pelo local. Não pensei em outra coisa a não ser achar o dono”, explica.
Ela então entregou a carteira aos policiais que conseguiram localizar a dona da carteira, Liliane Nakamura.
Eles então promoveram um encontro entre as duas mulheres, para fazer a devolução da carteira. Liliane deu uma gratificação para Simone.
Simone Pereira diz que usará o dinheiro que ganhou de Liliane para garantir o Natal de seus filhos. Como são muitas lembrancinhas a serem compradas – pelo menos sete –, ela vai procurar os presentes numa loja do tipo “R$ 1,99”.
“Só tenho meus filhos e a honestidade, e espero que isso sirva de lição pra eles. Sempre ensinei que eles não podem pegar um lápis sequer que não seja deles”, diz Simone.