Em todo o mundo, milhões de profissionais da saúde estão na linha de frente no atendimento de que procura e precisa de atendimento médico com sintomas do novo coronavírus.
As emergências e UTIs dos hospitais estão lotadas, médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais, estão trabalhando com carga horária extra, mas nada disso foi obstáculo para o médico Matt Morgan, 40 anos, que contou um pouco da realidade que vivencia no Hospital Universitário de Gales, em Cardiff, no Reino Unido, em entrevista ao The Times.
O médico contou que está trabalhando em turnos de 13:00 horas por 4 dias consecutivos, folga para se refazer e volta ao trabalho. Matt explicou que os “problemas costumam ser resolvidos”, nos sofás azuis do hospital, mas nesse momento em que o mundo enfrenta a pandemia; “É aí que discussões difíceis são feitas entre colegas. É aí que nós rimos. É aí que as pessoas choram”,disse o médico.
O doutor revelou que todos os profissionais de saúde estão lidando com muitas dificuldades, uma delas é a falta de contato com os pacientes e com os próprio familiares.
“Estamos assumindo o papel de entes queridos em seus momentos finais”.
Uma história que o doutor Matt destacou, foi a de um paciente em tratamento do novo coronavírus, um homem de meia idade que estava, infelizmente, morrendo. Após o falecimento, ele e os colegas entraram em contato com os familiares do paciente para dar a triste notícia por telefone.
Enquanto falava com a família do paciente, ele segurou em uma mãe e enfermeira na outra; “O membro da família nos pediu para tocar sua música favorita, o que conseguimos fazer com um tablet”, disse Matt. “Normalmente, esses são os papéis que as famílias desempenham e querem desempenhar”.
Pai de duas meninas, o médico se emocionou e chorou muito, é uma situação muito triste, ver quantas vidas estão sendo perdidas para o Covid-19.
Quando a pandemia começou, Matt ficou tão preocupado que escreveu uma carta e enviou por e-mail para a esposa, Alison. Ele inseriu logins e senhas de suas contas e comunicou autorização para que a família deixe seu corpo para ser transformado em esqueleto médico para estudos de medicina, e também falou sobre o que sonha para o futuro das filhas.
Além da carta que escreveu para a esposa, também enviou uma para os pais, um casal de idosos com idade acima de 70 anos. A ideia foi tranquilizar os pais, falando sobre como ama a profissão e que estava ciente dos riscos, dizendo; “Salvar a vida dos outros é a melhor sensação do mundo”.
No hospital em que o Dr Matt trabalha, não há falta de equipamentos de proteção na UTI, mas dois colegas de trabalho morreram por complicações do Covid-19.
“A perda de pessoas que você conhece nos mostra o quão vulnerável somos quando se trata desse vírus”.
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