Elon Musk, o empresário americano e proprietário do X, respondeu à intimação emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que exigiu que a rede social nomeasse um representante legal no Brasil em um prazo de 24 horas. Em uma série de postagens durante a madrugada de quinta-feira, Musk acusou Moraes de “violar a lei que ele deveria defender” e afirmou que “as pessoas no Brasil buscam a verdade”.
Segundo uma decisão publicada no perfil oficial do STF no X, Moraes determinou que Musk deve obedecer à ordem dentro do prazo estabelecido, sob risco de “suspensão imediata das atividades até que as ordens judiciais sejam cumpridas e as multas diárias pagas”.
Como resposta à intimação, Musk compartilhou tweets de contas que criticavam o ministro. Em um dos posts, que detalhava o confronto entre ele e Moraes, Musk sugeriu que o ministro havia desrespeitado a legislação brasileira. Em outro tweet, que afirmava que o X era a única fonte confiável no Brasil, o bilionário comentou que “as pessoas queriam saber a verdade”.
Além disso, Musk publicou uma imagem gerada por Inteligência Artificial comparando Moraes a personagens vilões, como Voldemort da série Harry Potter e Lord Sith de Star Wars.
Conflito entre Elon Musk e Moraes No dia 18 de agosto, a rede social anunciou que interromperia suas operações no Brasil, citando uma decisão de Moraes. Este é apenas mais um capítulo de uma série de desentendimentos entre Musk e o ministro.
No início do mês, o X já havia divulgado um ofício do ministro que determinava o bloqueio de perfis relacionados à suposta disseminação de conteúdo antidemocrático. Entre os perfis alvo estavam o senador Marcos do Val e a esposa do ex-deputado Daniel Silveira, Paola Daniel. A empresa havia descrito essas ações como “censura”.
Em um despacho subsequente, Moraes declarou que a empresa “não atendeu à determinação judicial” de bloqueio dos perfis e alegou que a representante do X estava tentando evitar a intimação legal de maneira desonesta.
Ao anunciar o fim das operações no Brasil, o X mencionou a nova decisão de Moraes e alegou que a “equipe brasileira” não tinha “responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo”. A empresa afirmou que, para proteger sua equipe, decidiu encerrar suas atividades no Brasil com efeito imediato, e considerou as decisões do ministro como “incompatíveis com um governo democrático”. Apesar disso, a rede social permaneceu acessível para os usuários brasileiros até o presente momento.