Ironicamente, todos os últimos infelizes acontecimentos do nosso país foram o assunto do último program do jornalista Ricardo Boechat, na manhã desta segunda-feira (11), pouco tempo antes do acidente aéreo que tirou sua vida.
Em seu último trabalho na Rádio BandNews FM que aconteceu poucas horas antes do acidente com o helicóptero em que viajava, Ricardo Boechat, que tinha 66 anos, fez uma analise sobre a ‘sucessão de tragédias’, que o país têm enfrentado.
Ricardo e o piloto Ronaldo Quatrucci morreram quando o helicóptero colidiu de frente com um caminhão, no Rodoanel em São Paulo.
No programa Ricardo disse:
“O que a gente tem que colocar em cima da mesa, como sociedade, é se a gente quer continuar lidando com essas tragédias pranteando-as no início e esquecendo-as logo depois”, disse o jornalista, em referência às tragédias de Brumadinho e do centro de treinamento do Flamengo.
“– Temos uma velha tradição de deixar pra lá e tocar adiante. A negligência e a impunidade marcam as tragédias no país. O jornal mostra 1764 mortes em situações que são de responsabilidade do estado, no campo da prevenção e da fiscalização, do legislador, do judiciário. E quando a gente chora, sofre, lamenta o fato que ocorreu ontem, a gente parece estar anestesiado, ou gostar de anestesia que nos faz esquecer desse fato tão logo surja o fato de amanhã, que terá o mesmíssimo tratamento.”