O neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu cerca de 5 horas depois de dar entrada no hospital em São Paulo, com um quadro de febre alta. Entenda porque a meningite bacteriana é tão grave e pode matar em poucas horas.
Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, neto do ex-presidente Lula, deu entrada no Hospital Bartira, do grupo D’Or, em Santo André, na Grande São Paulo, às 7h20 desta sexta-feira (01) e morreu às 12h36, cerca de 5 horas após ter chegado ao local.
De acordo com o diagnóstico médico, ele morreu pelo agravamento infeccioso causado pela meningite meningocócica.
Nelson Douglas Ejzenbaun, é médico pediatra, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e Academia Americana de Pediatria, e explicou a revista Crescer, que a meningite bacteriana é uma doença de evolução rápida.
“Quando os sintomas surgem, é sinal que o quadro já está grave e pode evoluir para óbito em poucas horas”, explica.
A meningite é uma inflamação nas membranas que recobrem o cérebro, e pode ser viral, bacteriana, ou fúngica.
“A viral, normalmente se resolve sozinha. A fúngica é mais lenta. No entanto, a bacteriana é a mais grave, rápida e quando não mata, deixa sequelas como cegueira, surdez e amputação de membros. Isso por que ela causa uma lesão no tecido cerebral. Muitas pessoas pensam que o controle do corpo está no coração. No entanto, quem comanda nosso organismo é o cérebro. Por isso, a pessoa pode ir à óbito rapidamente”, completa.
Os sintomas mais comuns da meningite são:
- Febre alta repentina
- Forte dor de cabeça
- Pescoço rígido
- Vômitos
- Náusea
- Confusão mental e dificuldade de concentração
- Convulsões
- Sonolência
- Fotossensibilidade
- Falta de apetite
- Rachaduras e presença de manchas vermelhas na pele.
Bebês recém-nascidos portadores de meningite também podem apresentar febre, dor de cabeça, vômitos, confusão, rigidez corporal, moleira tensa ou elevada e inquietação. Às vezes, apenas irritabilidade em crianças ou choro fácil, diferente do normal, pode ser um indício de uma meningite.
“A orientação é que ao menor indício da doença, a pessoa seja levada rapidamente para um hospital para que o tratamento, que inclui antibióticos e corticóides, seja iniciado o mais rápido possível”, diz.
“Quanto mais jovem, maior a possibilidade de contrair a doença. É uma doença de alta gravidade. A única forma de prevenção é a vacina”, orienta.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, foram registradas 1.072 ocorrências de doença meningocócica no Brasil e 218 mortes. Em 2017, no mesmo período, foram 1.138 e 266, respectivamente. Segundo o órgão, a incidência das bacterianas é mais comum no outono-inverno, e das virais na primavera-verão.